Juiz rejeita pedido de federação para acessar processo contra Cezário

O juiz da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, Márcio Wust, rejeitou pedido da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) para ter acesso a um processo sobre o ex-presidente da entidade, Francisco Cezário, que foi alvo de operação em abril de 2024, preso e hoje segue com monitoramento eletrônico.

A ação corre em segredo de Justiça. Pelo dispositivo publicado no Diário da Justiça é possível verificar que o magistrado indefere o pedido de acesso aos autos, mas a fundamentação não foi divulgada. A assessoria jurídica da entidade informou que fez o pedido porque já acompanha outra ação, para verificar andamentos que possam atingir interesses da federação. Nesse novo caso, o magistrado não viu correlação com a atuação da FFMS.

Antes de decidir, na metade de novembro, o magistrado pediu ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), responsável pela ação, que se manifestasse sobre o pedido.

Cezário comandou a FFMS por quase 30 anos, até se tornar alvo da Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Na sequência, a federação escolheu novo presidente, Estevão Petrallás, dirigente antigo do futebol estadual. O ex-presidente foi à Justiça, na área cível, contra a assembleia dos clubes que decidiu por retirá-lo do comando da entidade. Até obteve vitória, considerando irregular a forma, mas sem determinar que ele fosse reintegrado.

A maioria dos clubes já se posicionou a favor da permanência do atual presidente. Documento encaminhado recentemente à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) defende que o retorno de Cezário “representaria grave ameaça à autonomia associativa e à estabilidade institucional”, com menção à investigação, que envolve suspeita de uso indevido de recursos, peculato, falsidade ideológica, entre outras condutas. Segundo divulgado pelo MPMS à época da operação, a investigação apurou o desvio de cerca de R$ 10 milhões da federação. Por ocasião das buscas realizadas durante a operação, foram encontrados R$ 800 mil em espécie na casa do dirigente afastado.

(Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)

Campo Grande News

 

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