Homem que morreu soterrado trabalhava há dois dias em obra
Daniel da Silva Martiniano, de 42 anos, que morreu soterrado na tarde desta terça-feira (11), estava há dois dias trabalhando na escavação manual de fossas. O caso aconteceu na área rural de Campo Grande, próximo ao Aeródromo Santa Maria. Este é o terceiro caso de acidente de trabalho com morte nos últimos dois meses em Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem, o homem tinha anos de experiência na profissão. Um dos colegas que viu o acidente contou ao Campo Grande News que o homem já estava na etapa final da escavação. “Quando chegou a uns quatro metros, faltando três pinos para acabar, aconteceu essa tragédia”, contou.
Ainda segundo o colega, o terreno em que Daniel estava era arenoso. “Eu falei para ele, perguntei se era confiável, e ele falou que não ia desbarrancar não”, disse. Segundo o trabalhador, ele tinha 11 anos de idade quando conheceu Daniel e foi por ele que começou a trabalhar na obra.
O advogado da construtora, Ronaldo da Silva Oliveira, afirmou que o pedreiro estava trabalhando há dois dias na obra. “Ele era terceirizado e estava fazendo a perfuração de uma fossa. A princípio, já tinha feito uma e estava fazendo a segunda […] A empresa já está fazendo o levantamento para dar suporte à família”, disse ele.

Médico-tenente do Corpo de Bombeiros, Dermival Caldeira, em entrevista (Foto: Paulo Francis)
O médico tenente do Corpo de Bombeiros, Dermival Caldeira, disse que as equipes foram acionadas por volta de 13h30 para a ocorrência de soterramento. “Na nossa chegada, encontramos uma cena de muita comoção de todos os colegas e trabalhadores aqui ao redor”, detalhou. Esses trabalhadores tentavam retirar a terra que estava sobre Daniel.
À medida que as escavações avançavam, houve desmoronamento das bordas do barranco, o que impossibilitou a retirada do corpo da forma como estavam fazendo, com pás. Por conta disso, foi necessário solicitar uma escavadeira para criar uma área de acesso e chegar ao corpo do trabalhador.
Ainda segundo Dermival, pelo volume de terra caído sobre o corpo do trabalhador, ele passou alguns segundos consciente e morreu logo em seguida por asfixia mecânica, por não conseguir expandir os pulmões.

Escavadeira utilizada durante as buscas (Foto: Paulo Francis)
Outros casos – No início do mês de outubro, o trabalhador identificado como Natan Conceição Padilha morreu após ser prensado por placas de madeira enquanto descarregava na loja Gazin. O caso aconteceu no Jardim Noroeste, em Campo Grande.
O homem manuseava cerca de dez placas, com aproximadamente 20 quilos, dentro de um caminhão-baú. O material se soltou e caiu sobre ele, atingindo a região do tórax. Comerciantes levaram Natan ao CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes, mas ele chegou ao local sem vida.

Caminhão atingiu carro e trabalhador. (Foto: Osmar Veiga/Arquivo)
Em 21 de outubro, José Alves Santana, de 62 anos, morreu depois de ser prensado pelo próprio caminhão na Rua Ana Luíza de Souza, no Bairro Pioneiros. A vítima era motorista do veículo e acabou com o tórax prensado entre o meio-fio e a roda. A investigação sobre a morte do trabalhador trabalha com duas hipóteses: ele pode ter tropeçado e caído à frente do caminhão ou tentado segurá-lo…. veja mais em https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/homem-que-morreu-soterrado-trabalhava-ha-dois-dias-em-obra
Siga nossa página no Instagram: instagram.com/plantaoregional
Siga nossa página no Facebook: fb.com/plantaoregionalms
