A Bolívia entra no sexto dia de manifestações pelo país que pedem a antecipação do Censo Demográfico para 2023 ao invés de 2024. Desde sábado (22), primeiro dia dos protestos, segue fechada a fronteira entre Corumbá, a 426 km de Campo Grande, e Puerto Quijarro, a 1.108 km da capital do país, La Paz.
Na última quarta-feira (26), o Ministério do Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural (MDPyEP), decidiu por proibir temporariamente as exportações de carne, soja, óleo e açúcar com a justificativa de garantir o abastecimento interno.
Segundo o portal boliviano El Deber, regiões como Cochabamba, Beni e Tarija já sentem o impacto da falta de suprimentos para alimentar animais como bois, suínos e aves.
Suspensão afeta o abastecimento no MS?
De acordo com informações da Balança Comercial Brasileira compilados pela Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), os itens que tiveram a exportação suspensa temporariamente pela Bolívia (carne, soja, óleo e açúcar) não estão na pauta importadora de Mato Grosso do Sul.
O principal produto comprado pelo Estado do país vizinho é o gás natural.
A lista inclui mais dez produtos, como madeira, fertilizantes, reatores nucleares e outros, minérios, borrachas, sal, cal ou cimento. Além de instrumentos cirúrgicos, resíduos alimentares para animais, aparelhos elétricos e plástico.
Como está a situação na fronteira?
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul afirmou que a linha internacional permanece calma desde sábado, quando ocorreu a morte de um servidor público de Puerto Quijarro durante os conflitos.
A partir dessa data, um grupo de policiais brasileiros permanece de prontidão próximo à fronteira. Em todas as noites são realizadas reuniões com centenas de pessoas na parte boliviana. Cerca de 800 caminhões estavam parados ontem (26) no trecho entre Corumbá à Santa Cruza aguardando a liberação.
Um “encontro plurinacional” está agendado para esta sexta-feira (28), na cidade de Cochabamba, onde será definida a data do próximo Censo Demográfico.
Quais são as causas dos protestos?
Parte da população boliviana voltou a protestar a favor da antecipação da realização do Censo Demográfico. Com os dados do levantamento em mãos, a expectativa é que o governo readeque a distribuição de recursos públicos aos estados.
O Censo Demográfico está agendado para 2024 e as reivindicações pedem que o presidente Luiz Arce antecipe para 2023. O último levantamento foi feito em 2012.
Esta é a terceira vez que a linha internacional com Puerto Quijarro está fechada neste ano. A primeira vez foi em 25 de julho e a segunda em 8 de agosto.
Foto: Diário Corumbaense
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