Delegacia Geral prende investigador acusado de estuprar detenta em Sidrolândia

Um investigador da Polícia Civil foi preso em flagrante suspeito de estuprar uma detenta de 42 anos dentro da delegacia de Sidrolândia. Conforme a denúncia, o crime veio à tona após o policial tentar “comprar” o silêncio de outros presos ao liberar um celular.

Segundo a denúncia dos outros detentos, na segunda-feira (11) o policial retirou a vítima da cela em que estava e a levou para a Sala Lilás, espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero. Lá, segundo os relatos, a detenta sofreu abuso sexual.

Conforme o boletim de ocorrência, os detentos, que haviam tido o silêncio “comprado” com um celular, solicitaram a presença de uma delegada da cidade. O grupo afirmava estar com um celular, o que chegou a ser questionado por policiais, mas só esclarecido após a chegada da delegada. Para ela, os detentos disseram ter escutado a vítima chorando na noite anterior, ocasião em que ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo investigador.

Testemunhas – Os detentos disseram que questionaram o suspeito sobre o estupro, e o investigador disse que nada havia acontecido. Ainda segundo os detentos, o servidor alegou que a presa estava menstruada, por isso, foi retirada da cela.

O que diz a vítima – A delegada realizou atendimento especializado com a vítima e a detenta relatou que o suspeito foi até a cela dizendo que o advogado dela estava na delegacia e desejava conversar. Foi neste momento que, de acordo com a presa, ela foi retirada da carceragem. A vítima disse que foi levada para uma sala e obrigada a ficar de joelhos e fazer sexo oral no suspeito. De acordo com a denúncia, a mulher disse que o suspeito já havia cometido abuso contra ela cerca de uma semana antes e que, na ocasião, a obrigou a tomar banho depois do estupro.

Segundo depoimento da vítima, os abusos aconteceram na Sala Lilás da delegacia e no alojamento dos plantonistas, locais aos quais a presa não teria acesso por conta própria.

Imagens de segurança – Com os depoimentos, a delegada buscou imagens das câmeras de segurança da delegacia, que confirmaram que o servidor havia retirado a mulher da cela. Uma detenta que dividia cela com a vítima também confirmou que a companheira foi retirada pelo investigador.

A Prisão – O caso foi informado ao diretor de Polícia Civil de Campo Grande, que acionou a Delegacia Geral e a Corregedoria para que localizasse o servidor e o conduzisse a uma delegacia, preso para elucidação do caso.

Segredo de Justiça – A identidade do investigador acusado do crime não foi divulgada, a delegada informou que o caso está em segredo de justiça e, por isso, não está autorizada a falar sobre o assunto.

O diretor do Departamento de Polícia da Capital, Wellington de Oliveira, também mencionou o segredo de justiça, mas confirmou que o suspeito foi preso em flagrante.

Após a Justiça decretar a prisão preventiva do policial, o investigador permanece em uma das celas da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. A defesa do policial civil ainda não foi localizada.

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