Com taxas menores, FCO empresarial deve injetar R$ 1,15 bilhão em investimentos em MS
Dicom

A redução nas taxas de juros cobradas na modalidade empresarial do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) deve impulsionar a procura por linhas de crédito por parte do empresariado em 2022. A expectativa é que cerca de R$ 1,15 bilhão disponíveis no fundo sejam integralmente utilizados para apoiar projetos nos segmentos da indústria, comércio, serviços, turismo e infraestrutura.Empresários, representantes do setor produtivo sul-mato-grossense e do governo estadual estiveram reunidos nesta segunda-feira (14/03), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, para conhecer em detalhes as novas taxas de juros, alteradas recentemente por meio de resolução do Banco Central. O evento, denominado “FCO Mais – Mais vantagens, mais investimentos, mais competitividade”, contou com a participação de gestores do Banco do Brasil, instituição bancária responsável por operar os recursos do fundo, e foi transmitido ao vivo pela internet.Antes, os empresários só podiam contratar financiamentos com taxas pós-fixadas, algo que se tornou menos atrativo por conta do cenário atual de inflação em alta. A partir de maio, será possível escolher entre taxa pré-fixada ou pós-fixada. Com a medida em vigor, espera-se que os recursos disponíveis sejam aplicados em Mato Grosso do Sul na forma de investimentos privados.Ao avaliar como satisfatória a mudança da taxa de juros, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou que esse resultado só foi possível graças à soma de esforços dos atores públicos e privados. “Nós construímos essa alteração em parceria com o governo do Estado, com a bancada federal no Senado e com as federações. Esse trabalho teve início em outubro de 2022 e de lá para cá inúmeras reuniões foram feitas no Senado Federal, visando trazer o FCO empresarial para patamares aceitáveis. Após a disparada dos juros, os financiamentos já contratados pós-fixados tiveram reajustes praticamente impagáveis”, afirmou.Governo estadual prevê aumento de demanda na contratação de empréstimosConvidado a fazer a abertura do evento, o senador Nelsinho Trad participou remotamente e elogiou o empenho da classe produtiva sul-mato-grossense em destravar investimentos. “Em seu nome, presidente Sérgio Longen, saúdo a todos os atores envolvidos nesse processo. Essa participação, por meio do estímulo e da cobrança republicana que sempre fez pelas causas da indústria, foi fundamental para que tivermos esse desfecho. Esperamos que com essa nova situação, esse fundo consiga alcançar seu objetivo principal, que é movimentar a economia, gerando emprego e renda”, declarou.O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, chamou a atenção para o valor recorde disponibilizado para contratação de empréstimos via FCO neste ano em Mato Grosso do Sul: R$ 2,3 bilhões. Metade desse volume deve atender projetos nas áreas de indústria, comércio, serviços, turismo e infraestrutura.Com a revisão nas taxas, a expectativa do governo do Estado é que mais empresários possam ter acesso ao crédito. “Existe um represamento do setor empresarial por conta da elevação da taxa de juros. Para se ter uma ideia de como a taxa de juros atual impacta no FCO, 70% das operações feitas em janeiro e fevereiro foram no rural. A partir dessa modificação, esperamos ter um aumento da demanda”, destacou.Empresário não precisa esperar até maio para contratar FCO a taxas menoresDe acordo com a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), a nova fórmula do cálculo de juros passa a vigorar em maio. No entanto, o empresário não precisa aguardar o mês de maio para contratar o FCO, como explica o superintendente de varejo do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul, Gustavo Arruda. “Ele pode fazer a contratação agora e, em maio, fazer a alteração da taxa, se assim desejar. Outro benefício é com relação às operações contratadas de 2018 para cá. O empresário tem a opção de fazer a alteração para a taxa pré-fixada a partir de maio até o fim do ano. Lembrando que a alteração poderá ser feita uma única vez”, explicou.Para auxiliar nos pedidos de empréstimo junto ao Banco do Brasil, a Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul) está colocando consultores à disposição do empresariado. O anúncio foi feito durante o evento FCO Mais pelo presidente da entidade comercial, Edison Ferreira de Araújo. “Temos um canal direto, por onde poderemos colaborar com nossos segmentos, no sentido de apoiá-los com essa consultoria e na montagem dos projetos que serão exigidos”.Sobre o FCO EmpresarialO fundo é aberto a todos os empresários que atendem aos pré-requisitos do programa em diversos segmentos econômicos. Atualmente, o FCO libera financiamentos com prazos de até 20 anos, com taxas competitivas no mercado. As regras do fundo determinam que 80% dos recursos precisam ser alocados em projetos de micro e pequenas empresas.O FCO Mais é uma realização da Fiems, Famasul (Federação da Agricultura e da Pecuária de Mato Grosso do Sul), Fecomércio-MS (Federação do Comércio do Estado de Mato Grosso do Sul), Faems (Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul), Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Banco do Brasil.

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