Balança tem superávit de US$ 4 bi, melhor fevereiro em 5 anos

Por G 1
O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira, dia 03 de março, que a balança comercial registrou superávit de US$ 4,049 bilhões em fevereiro deste ano.

O resultado é de superávit quanto as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, isto é, as importações superam as vendas externas, o resultado é deficitário.

Segundo o ministério, os dados de fevereiro não refletem nenhum movimento relacionado ao conflito entre Rússia e Ucrânia – o mês de fevereiro teve apenas um dia útil após o início do confronto.

Ao todo, segundo o governo:

as exportações somaram US$ 22,913 bilhões;

as importações somaram US$ 18,863 bilhões.

De acordo com o Ministério da Economia, esse foi o maior saldo comercial, para fevereiro, desde 2017. Portanto, foi o melhor resultado para esse mês em cinco anos. A série histórica tem início em 1989.

Primeiro bimestre

Na parcial do primeiro bimestre deste ano, segundo dados oficiais, o saldo comercial positivo somou US$ 3,835 bilhões. Isso representa um aumento de 137,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit somou US$ 1,616 bilhão.

Nos dois primeiros meses do ano, as vendas externas somaram US$ 42,548 bilhões, com aumento de 29% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as compras do exterior totalizaram US$ 38,713 bilhões, com crescimento de 23,8%.

Exportações e importações

De acordo com o governo, as exportações pela média diária registraram alta de 32,6% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado, e bateram recorde para esse mês.

Já as compras do exterior avançaram 22,9% nesta comparação, e também foram as maiores, para fevereiro, desde o início da série histórica, em 1989.

No caso das exportações, houve aumento de 114,2% nas vendas da agropecuária, alta de 3,7% da indústria extrativa e aumento de 29% da indústria de transformação em fevereiro.

Os principais destinos das exportações em fevereiro são:

China, Hong Kong e Macau (+11,5%, para US$ 6,03 bilhões);

União Europeia (+50,1%, para US$ 3,51 bilhões);

Estados Unidos (+34,4%, para US$ 2,49 bilhões);

Argentina (+30,4%, para US$ 1,04 bilhão).

As importações, por sua vez, tiveram queda no setor agropecuário (-2,7%), aumento de 142,3% nas aquisições da indústria extrativa e crescimento de 17% nas compras do exterior da indústria de transformação em janeiro.

Guerra na Ucrânia

O resultado de fevereiro da balança comercial ainda registra impacto pequeno da guerra na Ucrânia. As hostilidades da Rússia tiveram início na quinta-feira (24) quando o presidente do país, Vladimir Putin, autorizou o início dos bombardeios. A guerra, portanto, abarcou apenas um dia útil do mês passado.

O principal receio é de que as tensões na Europa gerem problemas para a compra de fertilizantes, ferramenta usada pelos agricultores para aumentar a produtividade do solo.

Fontes graduadas do governo brasileiro foram informadas nesta semana que a venda do produto, de Belarus ao Brasil, foi interrompida. O país fornece 6,1% do produto utilizado pelo agronegócio brasileiro. O principal fornecedor do produto para o Brasil é a Rússia, com mais de 20%.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quarta-feira que não há risco de desabastecimento de fertilizantes para a safra atual brasileira e que busca alternativas para a safra que se iniciará em setembro.

Segundo ela, o ministério estuda três alternativas: diversificar a importação; utilizar menos fertilizantes — a intenção é contar com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para ir a campo e ensinar aos produtores métodos de produção com menor uso de fertilizantes; e agilizar o fluxo de entrada dos fertilizantes nos portos.

Amendoim, adubo, máquinas: veja os principais produtos do comércio do Brasil com Rússia e Ucrânia
Em 2021, o Brasil vendeu US$ 1,6 bilhão em produtos para os russos. Entre os principais produtos exportados exportados do Brasil para a Rússia, estão:

soja, mesmo triturada – US$ 343,3 milhões, 0,89% do total exportado;

carnes e miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das aves da posição –US$ 167,2 milhões, 2,40% do total exportado;

café, mesmo torrado ou descafeinado; cascas e películas de café; sucedâneos do café contendo café em qualquer proporção – US$ 132,8 milhões, 2,28% do total exportado.

Para a Ucrânia, foram exportados US$ 227 milhões no último ano. Veja os principais produtos:

amendoins não torrados nem de outro modo cozidos, mesmo descascados ou triturados – US$ 29,2 milhões, 8,83% do total exportado;

açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado sólido – US$ 25,2 milhões, 0,27% do total exportado;

minérios de alumínio e seus concentrados – US$ 24,5 milhões, 13,30% do total exportado.

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