Escolas de MS têm a 2ª maior presença de armas, aponta pesquisa
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, Mato Grosso do Sul teve a segunda maior taxa de ocorrência de armas em escolas do País no último ano, incluindo armas brancas ou de fogo, com 5,4% dos diretores relatando ter verificado armas “poucas vezes”. Apenas o Distrito Federal apresentou um índice maior, com 6%.
Nesta quinta-feira (20), foram divulgados os resultados do relatório, que revelou dados alarmantes sobre a violência e a discriminação enfrentadas nas escolas do Estado. Os números apontam a preocupante percepção de diretores em relação a armas, assédio sexual e bullying nas unidades de ensino.
Além disso, os estados do Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro também enfrentaram essa questão, com 0,2% dos diretores relatando porte de arma “várias vezes” na unidade escolar.
Vale ressaltar que esses dados são baseados na percepção dos diretores e não necessariamente refletem toda a realidade das ocorrências de bullying nas escolas.
Assédio sexual
O relatório também abordou a questão do assédio sexual nas escolas. Mato Grosso do Sul apresentou uma taxa de 2,9% de diretores relatando ter percepção de “poucas vezes” ter ocorrido assédio sexual nas instituições de ensino. Além disso, 82,4% dos diretores afirmaram que nunca ocorreu, enquanto os demais 14,8% não responderam. O Distrito Federal registrou a maior taxa, com 5,2%, enquanto Roraima apresentou a menor, com apenas 0,6%.
Violência nas escolas
Além dos casos de armamento e assédio sexual, o estudo trouxe à tona outros dados preocupantes. Em relação a interrupção do calendário escolar de 2021 por episódios de violência, Mato Grosso do Sul registrou 0,4%, abaixo da média nacional de 0,9%.
Em relação a atentados à vida e lesões corporais, o Estado apresentou índices acima da média nacional, com 3,8% relatando atentado à vida “poucas vezes” (0,8% acima da média) e 0,6% “várias vezes” (seis vezes o índice nacional).
Quanto ao tráfico de drogas dentro da escola, Mato Grosso do Sul registrou 0,3% relatando a ocorrência “várias vezes”, levemente abaixo da média nacional de 0,4%.
Bullying
De acordo com o relatório, Mato Grosso do Sul faz parte dos cinco estados brasileiros com percentuais de registros de bullying acima de 46% do total de estabelecimentos de ensino, ocupando a quinta posição do ranking nacional.
Os estados com os maiores percentuais de registros de bullying são Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo, com 60,2%, 51,7% e 50,6%, respectivamente. A discriminação pode assumir muitas formas, como racismo, sexismo, homofobia, transfobia, xenofobia e preconceito socioeconômico.
Por outro lado, Tocantins (40,3%), Amapá (39,9%), Pará (39,8%), Maranhão (38,9%) e Roraima (38,5%) apresentaram os menores índices de registros de bullying.
Conforme o anuário, especialistas em educação e direitos humanos enfatizam a importância de combater a discriminação nas escolas através de políticas públicas que promovam a diversidade e a inclusão, além de treinamento para professores e funcionários escolares sobre como lidar com a discriminação.
Campo Grande News
Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo
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