Preço do leite na “média Brasil” acumula alta de 9,3% no 1º trimestre
(Imagem: Reprodução Boletim Governo MS)
Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que o preço do leite cru captado por laticínios em março chegou a R$ 2,8120/litro na “Média Brasil” líquida, altas de 2,4% frente ao mês anterior e de 10,8% em relação a março/22, em termos reais. Com isso, o valor do leite cru acumula avanço real de 9,3% no primeiro trimestre de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março/23).
A oferta limitada no campo é o fator que sustentou o aumento das cotações ao produtor neste primeiro trimestre, movimento atípico para esse período. A produção foi prejudicada pelo clima adverso, resultado do fenômeno La Niña, e pela saída de produtores da atividade no ano passado. Nesse contexto, a disputa dos laticínios por produtores se intensificou, mantendo as cotações do leite cru em alta.
Dois fatores pressionaram as cotações do leite spot e dos derivados em março: a diminuição do consumo, fragilizado pelo menor poder de compra do brasileiro, e o crescimento das importações, que elevaram os estoques.
Leite em MS
O índice de preços para a cesta de produtos lácteos de Mato Grosso do Sul como um todo teve uma variação de +3,13% no mês de mar/2023 comparado ao mês imediatamente anterior.
Em relação ao mesmo mês do ano passado (2022), obteve-se uma diferença de 6,95 pontos percentuais, uma vez que em março de 2022 a variação mensal de preços da cesta foi de 10,08%. Por sua vez, quando levamos em conta os últimos 12 meses, a cesta de produtos apresentou variação de 8,11% nesse período.
Agentes do setor acreditam que os preços do leite cru podem seguir firmes em abril, fundamentados na aproximação do período de entressafra e na consequente diminuição da produção no campo. Contudo, a demanda enfraquecida e o aumento das importações podem frear a intensidade desse possível avanço nos preços. Inclusive, na percepção dos agentes do setor, esses dois fatores têm potencial para amenizar as variações a partir de maio, o que implica na expectativa de um segundo trimestre menos volátil que o do ano anterior.
Campo Grane News
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