ONG distribui drone e promove treinamento para brigadistas de MS
No mês passado, a ONG (Organização Não Governamental) WWF-Brasil realizou treinamentos na região da Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul, para que profissionais de diferentes áreas da proteção ambiental usem drones como forma de monitorar e proteger o ambiente.
Os agentes atuam na preservação do Estado, além de Mato Grosso, Paraguai e Bolívia, que também detém o bioma do Pantanal. Além de realizar o treinamento, a organização, em parceria com a União Europeia, também doou um drone equipado com sensor termal e acessórios, como caixa de som e lanterna ao parque nacional.
Entre os participantes havia brigadistas, guarda-parques, gestores ambientais do Cerrado, como da Estação Ecológica Federal Serra Geral do Tocantins e da Gerência Regional 3 do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), além de brigadistas das terras indígenas Irantxe e Menkü e técnicos de organizações parceiras, como OPAN (Operação Amazônia Nativa) e Fundação Neotrópica.
As atividades ocorreram no Parque Nacional da Serra da Bodoquena em Bonito, a 297 quilômetros de Campo Grande. Desde 2018, seis estados brasileiros tiveram esta ação, que visa “mapear ameaças como invasões e desmatamento”, além de “aprimorar a prevenção e o combate ao fogo”.
O local foi escolhido por ser uma área sensível, que nos últimos anos tem sofrido uma elevação no número de focos de queimadas, passando de 1,3 mil em 2019, para 2,8 mil. Segundo dados do MapBiomas Fogo, o Pantanal foi o bioma que mais queimou nas últimas décadas, tendo 57% de sua área consumida pelo fogo pelo menos uma vez entre 1985 e 2020.
Os 77 mil hectares do Parna da Bodoquena estão distribuídos entre os municípios de Bonito, Jardim e Bodoquena e são compostos por diferentes biomas: Pantanal e Chaco no entorno e Mata Atlântica e Cerrado dentro do parque.
Região do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, no Estado. (Foto: WWF-Brasil)
Treinamento – A parte teórica do curso tratou de temas como regras da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que regula os voos de drones o Brasil, além do uso do equipamento para conservação e apoio à gestão de áreas protegidas, avaliação de condições climáticas, da topografia e dos locais de monitoramento e manuseio de aplicativos de comando e mapeamento.
Conforme a ONG, usar tais equipamentos permite que rapidamente os brigadistas tenham uma visão aérea da situação e tomem decisões mais eficazes. Assim, é possível definir rotas de fuga, ver onde está a cabeça do incêndio e quais acessos para chegar ao melhor local de combate ao fogo.
Em publicação encaminhada pela assessoria da organização, a guarda-parque Carolina Blanca Alvarez Fretes afirma que já operavam essas ferramentas para monitoramento. “Utilizamos para poder ver todo o entorno e atuar de forma mais rápida e eficaz nos locais, diminuindo os riscos para os brigadistas que atuam no combate ao fogo nas épocas de seca, que duram alguns meses e exigem atuação constante.”
O gerente de Unidades de Conservação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul), Leonardo Tostes Palma, frisou que os equipamentos funcionam para monitoramento e gestão local.
Com o mapeamento das regiões, podemos planejar melhor o combate de incêndios florestais. Os drones possibilitam acompanhar o ritmo e a forma como o fogo está se comportando no momento da ocorrência. Quando o fogo ocorre de maneira descontrolada, e sem a possibilidade entender o comportamento dele, há maior perda de biodiversidade”, disse Leonardo.
“Já considero imprescindível para o planejamento e acompanhamento do comportamento do fogo nas áreas de preservação. As ocorrências de fogo, ano após ano, têm se intensificado”, finalizou.
Com informações da WWF-Brasil.
Foto: WWF-Brasol
Por Guilherme Correia
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