Correios avalia demissão de 10 mil funcionários para contornar crise financeira
Os Correios avaliam o desligamento de 10 mil funcionários, o equivalente a 8,6% do quadro atual da estatal, por meio de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). O número de baixas ainda está em avaliação e pode ser superior.

A medida faz parte do plano de reestruturação da empresa apresentado ao Tribunal de Contas da União (TCU) na quarta-feira (14). O corte de despesas é considerado fundamental pela companhia para dar segurança à obtenção de uma operação de crédito no valor de R$ 20 bilhões, que terá garantia do Tesouro Nacional.

As unidades técnicas do TCU deverão acompanhar a execução do plano e a participação do governo federal na operação de crédito, incluindo o eventual envolvimento de bancos públicos.

Em 15 de outubro, a estatal detalhou a primeira fase do plano de reestruturação operacional e financeira. O plano é dividido em três grupos de medidas:

  • Corte de despesas: Além do novo PDV, a empresa iniciará um programa de desinvestimento com a venda de imóveis ociosos e fará a renegociação de contratos com os maiores fornecedores.
  • Diversificação de receitas: A companhia busca a reaproximação com grandes clientes e estuda experiências internacionais para acoplar serviços à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros.
  • Recuperação da liquidez: Este eixo consiste na busca pela operação de crédito de R$ 20 bilhões, que deve suprir a necessidade de caixa para 2025 e 2026. O modelo proposto é o de um consórcio de bancos.

Segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, o plano inicia uma agenda de reequilíbrio com medidas baseadas em transparência e governança.

Demandas sindicais

Em meio ao anúncio da reestruturação, funcionários passaram a cobrar aumento salarial e garantias trabalhistas. Federações e sindicatos que representam os trabalhadores se reuniram com o presidente Emmanoel Rondon em 14 de outubro.

Na ocasião, José Aparecido Gandara, presidente da Findect (Federação Interestadual dos Empregados dos Correios), afirmou que a estatal está sem contratação desde o último concurso de 2011, quando o quadro era de 128 mil trabalhadores. “Hoje contamos com apenas 86 mil”, disse Gandara, que também mencionou a necessidade de correção do plano de cargos e salários.

O presidente do Sintect-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Estado),Wilton Lopes, esteve na agenda com o presidente da estatal e afirmou que os sindicatos se posicionaram atribuindo a conta da entidade às gestões passadas e não aos trabalhadores.

“Ele apresentou o balanço financeiro da empresa e reafirmou a necessidade de um aporte financeiro para a recuperação da empresa. O movimento sindical se fez presente com seus 36 sindicatos e as duas federações, onde foram apontados todos os problemas e dificuldades vivenciados pela categoria mediante a atual crise dos Correios. Também nos posicionando no sentido que essa conta não é nossa e sim das más gestões que passaram pela empresa. Também foi proposta a reedição do atual acordo coletivo, pois se faz necessária a celebração desse acordo para que a categoria tenha tranquilidade e que juntos possamos recuperar essa empresa”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.

*Com informações da CNN Brasil

(Foto: Eliel Dias, Jornal Midiamax)

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