Vítima de feminicídio fazia programas para sustentar os filhos, conta a amiga
Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, a 32ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano, morreu trabalhando como garota de programa para sustentar os cinco filhos, conta uma amiga próxima. Ela foi assassinada a facadas na noite de terça-feira (28), no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, por homem que, conforme uma das linhas de investigação, não quis pagar pelo serviço.
Ferida, Luana ainda correu por cerca de uma quadra, da Rua Maicuru até a Rua Vaupés, em busca de ajuda, mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito, Gilson Castelan de Souza, de 48 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar. A real motivação do crime ainda é investigada pela Polícia Civil.
Amiga da vítima, de 27 anos, que pediu para não ser identificada e trabalha como manicure, contou ao Campo Grande News na manhã de hoje que Luana havia acabado de enviar uma mensagem antes de morrer. “Ela disse que ia atender um cliente e depois viria pra minha casa. Ela vinha todos os dias. No outro dia, quem me avisou foi minha vizinha. Quando vi o nome, percebi que era ela. Todo mundo aqui do bairro ficou indignado.”
Segundo a amiga, Luana e ela se conheciam há mais de sete anos e tinham uma rotina diária de convivência. “Ela vinha tomar café comigo, ajudava a levar minhas meninas pra escola. Era como uma irmã. Ela já era da minha família”.

Gilson era procurado desde junho de 2022, quando matou companheira (Foto: Direto das Ruas)
A mulher contou que Luana fazia programas há algum tempo e nunca escondeu o motivo. “Ela fazia porque era sozinha e tinha que ajudar os pais e os filhos. Dizia que era dinheiro fácil, mas era o que dava pra fazer. Nós somos mães, e o dinheiro do serviço normal demora um mês pra cair. As crianças não esperam. Ela fazia por necessidade.”
Mãe de cinco filhos, abandonados pelos pais, Luana ajudava a sustentar as crianças que moravam com a avó materna. “Ela era uma ótima mãe; fazia tudo por eles”, relembra a amiga.
Ela também contou que a rotina de Luana costumava ser previsível: passava o dia na casa da amiga e, à noite, voltava para casa ou atendia clientes. “Ela nunca atendia cliente à noite. Nesse dia, foi diferente”, disse.
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