Nesta quinta-feira, a Igreja Católica ao redor do mundo revive um momento profundamente significativo: a instituição da Eucaristia, um dos pilares da sua espiritualidade. A celebração remonta à Última Ceia de Jesus com seus apóstolos, quando, prestes a entregar-se na cruz, Jesus deixou à humanidade um presente espiritual inestimável — seu próprio Corpo e Sangue, sob as espécies do pão e do vinho. Um gesto simples, mas carregado de um simbolismo divino que ressoa há mais de dois mil anos.

Durante a cerimônia do Lava-Pés, realizada em paróquias de todo o país, padres recordam o exemplo de humildade e serviço de Cristo, que lavou os pés dos discípulos antes de instituir a Eucaristia. Como destacou o padre Júnior em sua homilia, a Eucaristia é “o centro da vida, o coração da vida da Igreja”. Para ele, sem ela, a Igreja perderia sua essência, pois ela é fundamental para a espiritualidade cristã.

A celebração também traz à tona elementos ricos da tradição bíblica. O livro do Êxodo narra o ritual da ceia pascal judaica, que serviu de base para a Última Ceia de Jesus. O salmo 115 reforça a união entre Cristo e os fiéis por meio da Eucaristia, proclamando: “O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor”. Além disso, na carta de São Paulo aos Coríntios, encontramos o relato mais antigo sobre a instituição deste sacramento, testemunho vivo da fé da Igreja nascente.

A Eucaristia é vista como um sinal poderoso e revolucionário. Em tempos de incerteza no mundo, ela permanece como fonte de esperança, consolo e transformação. Ao longo da história, santos e fiéis relataram experiências profundas diante do Santíssimo Sacramento, momentos de encontro pessoal com Jesus vivo.

Mais do que uma simples cerimônia, a Quinta-feira Santa celebra um mistério que sustenta a missão da Igreja. A Eucaristia é o alimento da alma, a presença real de Jesus entre nós — um gesto de amor eterno que se renova a cada celebração, convidando os cristãos a viverem em comunhão com Deus e com seus irmãos.