Crise na Deam: Doze delegadas pedem remoção após afastamento de colegas no caso Vanessa Ricarte

Doze delegadas que atuam na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, a Deam, em Campo Grande, colocaram seus cargos à disposição na unidade e pediram para serem transferidas para outras unidades policiais. A renúncia coletiva é um protesto ao afastamento das delegadas que atuaram no caso Vanessa Ricarte, a jornalista assassinada a facadas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, que está preso pelo crime.
Segundo informações, um documento foi entregue pessoalmente por um grupo de delegadas à Delegacia Geral da Polícia Civil (DGPC) e aguarda devolutiva do órgão. Ele foi apresentado horas após o governo anunciar o afastamento das delegadas Elaine Benicasa, titular da especializada, Riccelly Donha e Lucélia Constantino, que atenderam Vanessa, logo depois de reunião interna sobre o caso.
O feminicídio da jornalista também foi pauta da reunião entre o governador Eduardo Riedel e a ministra Cida Gonçalves, e juntamente com as equipes técnicas do Governo Federal e da SEC (Secretaria de Estado da Cidadania). Eles definiram as prioridades para atuação de forma imediata, visando as melhorias necessárias nos serviços prestados.
Após a reunião, o governador mencionou que serão firmadas parcerias para melhorar a atuação da Casa da Mulher Brasileira, e de forma inovadora, contribuir para que os processos sejam unificados, garantindo a eficiência do serviço prestado no local.
“Nós falhamos enquanto Estado, as diversas instituições, não é a questão de uma pessoa em específico, é o processo, conjunto da informação, tecnologia, equipamento. E a ministra vem corroborar e observar alguns pontos de melhoria que a gente tem discutido. Eu designei o nosso vice-governador Barbosinha (José Carlos Barbosa) para acompanhar a ação e as medidas. Tudo isso passa pela gestão da casa, por sistema, equipe, acolhimento. É uma série de coisas que o Tribunal de Justiça, Defensoria, Polícia Civil, psicossocial, vão ter que mudar, processos e procedimentos para a gente melhorar a nossa atuação”, disse.
Campo Grande, foi a primeira cidade do País a receber uma Casa da Mulher Brasileira – inaugurada em fevereiro de 2015. Além da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, o Estado conta com ‘Salas Lilás’ em 48 municípios, espaços exclusivos de atendimento de mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência doméstica ou sexual ou em situação de vulnerabilidade.
Sejusp – A decisão das delegadas passa agora pelo crivo da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, a Sejusp. O Diário Digital buscou contato com a pasta, mas até a publicação desta nota não havia recebido retorno.
(Foto: Gabriela Couto/Campo Grande News)
Midiamax
Siga nossa página no Instagram: instagram.com/plantaoregional
Siga nossa página no Facebook: fb.com/plantaoregionalms