Riedel fala de fronteira e cita acordo de Nhanderu Marangatu em evento em SP

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), participou nesta manhã (11) do Encontro de Líderes Comunitas, no São Paulo (SP), que discute a segurança pública no País.

Em painéis com outros três governadores e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, ele destacou o combate ao crime organizado nas fronteiras do Estado e também citou o acordo milionário que vai indenizar fazendeiros e demarcar o Território Indígena Nhanderu Marangatu, onde morreu assassinado o líder Marçal de Souza.

Riedel primeiro apresentou dados sobre a fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia e posicionou o Estado como um “hub logístico, para o bem e para o mal”. Com relação à parte negativa, falou de investimentos para o combate ao narcotráfico e concordou com Dino sobre a necessidade de maior integração com a União e mais esforços para isso.

“O ministro mencionou a Polícia Federal, as Forças Armadas e a União que se faz presente dentro das possibilidades dela, mas aquém dessa demanda ou necessidade”, disse. Ele reconheceu que investimentos em tecnologias e estratégias têm sido feitos para barrar o transporte ilegal de drogas, mas que “à medida que o estado se organiza, as organizações criminosas também se reorganizam”.

O ministro destacou a importância da cooperação entre diferentes instituições, como a Polícia Federal e as Forças Armadas, para enfrentar o desafio do tráfico de drogas no Brasil. Ele reconheceu que, apesar dos investimentos em tecnologia e estratégias de combate, as organizações criminosas continuam se adaptando e se reorganizando em resposta às ações do Estado. Ao se referir especificamente a Mato Grosso do Sul, o ministro sublinhou que o estado é uma região crítica devido à sua extensa fronteira, e enfatizou que a colaboração com o Exército tem mostrado resultados positivos. Para ele, o cuidado com as fronteiras é essencial, e a única forma de avançar nesse sentido é por meio de uma abordagem federal, dado o tamanho e a complexidade das divisas do país. Ao concluir, Dino reforçou a necessidade de uma estratégia coordenada e eficaz para lidar com a questão da segurança nas fronteiras.

O evento que contou com a presença de vários governadores, incluindo Mauro Mendes, Eduardo Leite, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Helder Barbalho, destacou a importância das questões indígenas e a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Terra Indígena em Mato Grosso do Sul. O governador Mendes elogiou a atuação do ministro Gilmar Mendes, ressaltando que a decisão que permitiu o primeiro pagamento referente a um território indígena após 25 anos de disputas judiciais é um marco significativo.

 

Além disso, Mendes destacou a relação entre as fronteiras do estado e a presença indígena, mencionando a Nhanderu Maragatu, próxima ao Paraguai. Ele também trouxe à tona outros desafios enfrentados pela região, como o cultivo de maconha no país vizinho, o que acrescenta uma camada de complexidade às questões de segurança e gestão territorial na área. O evento, portanto, não apenas celebrou avanços na questão indígena, mas também abordou os desafios que a região enfrenta.

A situação descrita revela a intricada dinâmica de um território de fronteira, onde a geopolítica, a economia informal e os desafios sociais se entrelaçam. O planalto alto pode ser visto como um microcosmo de tensões e oportunidades. A proximidade com as plantações de maconha do tráfico paraguaio não é apenas um ponto geográfico, mas um sinal de que as complexidades da situação exigem uma abordagem multifacetada.

 

Resolver um problema nessas condições exige um entendimento profundo das várias vertentes envolvidas: a segurança pública, a economia local, a educação e o desenvolvimento sustentável. Um investimento inteligente não significa apenas recursos financeiros, mas também a integração de políticas públicas que promovam alternativas viáveis para a população local, oferecendo oportunidades de emprego e educação que possam desestimular a adesão ao tráfico.

 

Além disso, é fundamental envolver a comunidade nessas iniciativas. A participação local pode ser uma chave para o sucesso, pois quem vive na região tem um conhecimento único sobre os desafios e as soluções possíveis. A parceria entre governo, ONGs e a própria população pode criar um ecossistema de desenvolvimento que não apenas enfrenta os problemas imediatos, mas também gera um efeito positivo a longo prazo.

 

Assim, a resolução desse problema não é uma tarefa simples, mas sim um chamado para um esforço colaborativo, onde a estratégia deve ser adaptável e sensível às realidades do território. Com uma abordagem integrada e um compromisso duradouro, é possível promover mudanças significativas e sustentáveis.

(Foto: Guilherme Correia)

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