A onda de calor que atinge Mato Grosso do Sul já é a mais intensa em termos de duração. Iniciado em 27 de abril e renovado por duas vezes pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o bloqueio atmosférico agora segue até às 18h de segunda-feira (6).

Dessa forma, Mato Grosso do Sul deve completar 9 dias sob efeito da onda de calor, que impede a chegada de frentes frias, que derrubem as temperaturas ou provoquem chuva. Não há previsão de precipitações significativas nas duas primeiras semanas de maio em Mato Grosso do Sul.

Chuvas tímidas

Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), está prevista a aproximação de uma nova frente fria, que pode favorecer chuvas isoladas e ameno nas temperaturas apenas na região do extremo sul e no sudoeste do Estado.

A intensa massa de ar quente e seco deverá impedir o avanço dessa frente fria para o restante dos municípios. Apesar disso, o transporte de calor e umidade, combinado a um sistema de baixa pressão atmosférica no Paraguai, podem favorecer a formação de instabilidades.

Segundo o modelo de monitoramento, os índices de precipitação acumulada para o trimestre indicam que as chuvas ficarão abaixo da média histórica no Estado.

Cuidados com a saúde

O médico Renato Figueiredo explica que o principal problema durante o período de altas temperaturas e tempo seco é deixar a hidratação de lado, com destaque para crianças e idosos. O ideal é oferecer água e alimentos ricos em sais minerais várias vezes ao dia.

“É engraçado falar, porque é uma coisa simples, mas há pessoas que esquecem. No caso das crianças, elas brincam ou não conseguem pedir. Já os idosos podem não ter a sensibilidade de expressar que estão com sede. Devemos oferecer líquidos a toda hora, aos poucos, não tomar um litro de uma vez, mas manter a hidratação frequente.”

O especialista também destaca que pessoas que enfrentam doenças cardiopulmonares, respiratórias, metabólicas e cardíacas estão no grupo que requer cuidados.

“Há efeitos (sintomas de desidratação) leves, como sede e mal-estar, até mais graves, como ataque cardíaco, desmaio, desorientação, diarreia e até coma. Chegam ao hospital crianças, por exemplo, sem reação, mais quietas e ‘molengas’, o que pode ser um quadro de desidratação. Já os idosos podem ficar com baixa cognição.”

Foto: Henrique Arakaki

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